quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamim Button

Vi um filme muito interessante: “O Curioso Caso de Benjamin Button”. É um filme baseado na obra de Scott Fitzgerald, que, por sua vez, parte de uma fantasia na qual o homem nasce velho e morre bebê. Viver a vida ao contrário... Certamente traria algumas compensações, porque a sabedoria dos velhos, adquirida pelas experiência da vida, estaria a mostrar um caminho que todos querem: viver bem, em paz, num mundo de compreensão, amor, com menos guerra e violências. Saber perdoar... Sobreviria então um mundo mais feliz, com o povo mais educado, mais respeitoso mais amoroso e mais sábio.
Imaginemos, Mr. Button aos quarenta anos, bem descansado conversando e jogando com os filhos, desfrutando do ambiente familiar, acompanhando o crescimento dos filhos e ensinando-os a administrar o dinheiro que será para o desfrute de sua mocidade e infância, onde viverão os mais belos anos de suas vidas. A independência financeira seria o sustentáculo das famílias. Seria uma preocupação dos pais de então!!!Comparado ao que acontece hoje, isto seria bom, ao meu ver, os filhos criados por seu pais e não pelas tias das creches, como hoje, na vida atribulada em que vivem os casais, lutando para conseguir melhores salários e uma aposentadoria digna para quando chegar a velhice... Já não bastam as 24 horas do dia: é preciso correr mais que o relógio!
Na situação invertida, ou seja, a vida correndo de trás para frente, os pais já teriam um legado de seus antepassados que os possibilitaria compartilhar mais e melhor da vida de seus filhos, ensinando-lhes que a vida foi feita para ser vivida em toda sua extensão, com felicidade. E o que foi conquistado deve ser preservado para que não venha faltar na juventude e na infância. Onde poderão desfrutar das delicias de serem jovens e crianças.
No mundo moderno as crianças e os jovens vão pulando etapas significativas da vida, tornando-se adultos amargurados e velhos rabugentos ao se dar conta que o tempo passou e que perderam a chance de serem felizes, porque a vida não volta mais.
Lembro-me, muitas vezes, de ter deixao meus filhos chorando, com alguém recém contratado, porque precisava cumprir minhas obrigações e auxiliar no orçamento familiar. Sonhava, então, com a aposentadoria! No dia que ela chegou finalmente... o ninho estava vazio!!
Ouro ponto que o filme aborda é o preconceito, a discriminação das pessoas com os diferentes. Isto se vê muito hoje em dia, embora veladamente a ordem é: excluir os diferentes. Foi um dos temas mostrados no filme. Porque um homem maduro não pode amar uma mocinha? Porque as diferenças se farão sentir alguns anos depois. E daí? Quantos anos de felicidade eles gozarão até chegar àqueles anos? Dirão alguns... e depois? Depois é outra história, que deverá ser lida sempre no momento correspondente.
Por que Benjamin Button não viveu mais com sua família? Porque teve medo de continuar sendo feliz até onde fosse possível? Foi fraco, porque somos fracos e não podemos viver sem a aprovação dos outros. O ser humano precisa ser reconhecido, precisa sentir-se aceito para desenvolver com autonomia sua personalidade.
Mister Button não teve tempo para formar grupos, porque ele era um estranho num mundo que caminhava ao contrário da rota de sua vida...

3 comentários:

Cássio disse...

Linda crítica.

De fato, talvez um dos grandes males do nosso tempo seja a intolerância com o diferente...

bj!

Vera disse...

Obrigada Cássio pelo teu comentário,penso mais ...Penso que a intolerância é sempre um mal , em qualquer tempo...

Elenara Stein Leitão disse...

Intolerância é realmente um mal terrível, e quanto menso generosos, mais rígidos e intolerantes são os seres humanos. Talvez até pela incapacidade de serem felizes.
Não vi o filme, mas nascer sábio e ir remocando pela vida, é um sonho de muitos ! Mas é apenas isso, um sonho, já que a inconsequência e rebeldia juvenil é necessária ao crescimento do mundo.
Beijos
Elenara